quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A Bússola do Profissional de TI

É comum, em qualquer área de atuação, o profissional se encontrar em dúvidas quanto aos rumos que empreenderá a sua carreira, porém, há um norte, uma
bússola que sempre o guiará a páramos seguros, benéficos e justos, independente de seu ramo de atuação.

Esta bússola é o juramento que fazemos no momento da formatura e que poucos prestam atenção ou, prestando atenção, não a usam como direcionador de suas atitudes profissionais e até
mesmo pessoais.

Abaixo seguem três destes juramentos para área de TI e cabe aqui a reflexão se estamos no caminho certo, se as escolhas que realizamos no dia-a-dia
são boas ou más. Estes juramentos juntos formam um só compromisso, um só Norte!

E você? Está cumprindo o que prometeu ?

Primeiro Juramento

Juro que empregarei a ciência com dignidade, dinamismo e respeito, participando com empenho nas grandes e pequenas obras.
Prometo não me deixar cegar pelo brilho excessivo da tecnologia, nem esquecer de que trabalho para o bem do homem e não da máquina.
Comprometo-me perante a comunidade a aceitar desafios lançados pela carreira que hoje abraço, fazendo deles os degraus para meu crescimento profissional e humano.


Segundo Juramento

Juro exercer minha profissão seguindo fielmente os caminhos da honestidade, da honra, da humildade e da justiça.
Ser o disseminador do conhecimento e da informação. No cumprimento de minha missão, ser imparcial no desenvolvimento das grandes e pequenas obras.
Comprometo-me buscar por mudanças, empregando novas tecnologias sempre em benefício da humanidade.


Terceiro Juramento

Juro exercer minha profissão com ética, respeito e seriedade, procurando usar sempre o conhecimento e a tecnologia em benefício da vida, não deixando que as máquinas insensibilizem o homem.
Comprometo-me a buscar e defender a qualidade de vida em tudo o que faço e em todos os lugares em que eu esteja.
Juro, ainda, pautar minha conduta na avaliação precisa de minhas responsabilidades e da extensão de minhas decisões no contexto social.
E, sobretudo, juro trabalhar com afinco e perseverança, para que desse trabalho surjam resultados significativos que honrem o meu grau de bacharel em Ciência da Computação.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Rowan e Nós

Independente do contexto profissional de cada um e do formato de contratação que nos propomos, temos que impor uma certa postura profissional coerente, visando qualidade em todos os serviços que entregamos, valorizando ao máximo o profissional que somos por nossas obras e não somente pelo valor do rendimento que recebemos ao final de um período.

Relendo este grande artigo clássico que foi replicado não só no mundo corporativo como também no meio militar, me veio a reflexão do que deve ser realizado por todo e qualquer profissional independente de sua área de atuação.

Foi a partir deste famoso artigo que surgiram ao redor do mundo expressões do tipo "Dar conta do recado" que virou sinônimo de trabalho realizado com qualidade. A reflexão que proponho aqui é: Estamos dando conta do recado?

A resposta parece simples, mas envolve uma série de fatores que temos que levar em consideração. será que exigimos de nós, no dia-a-dia, o máximo que podemos oferecer como pessoa e como profissional em nossos ambientes de trabalho? Será que não condicionamos a extração do nosso melhor a algum tipo de reconhecimento externo, material ou não? Quanto podemos render mais em relação ao que estamos rendendo atualmente independente de condições externas ? Buscamos motivação externa para nosso melhor rendimento ou nosso entusiasmo (motivação interna infinita) dá conta do recado?

Cada um deve refletir nessas perguntas buscando as respostas dentro de si. Confesso que da minha parte, revendo minha trajetória e até alguns momentos atuais, percebi que eu poderia ser bem melhor do que estava sendo. Hoje não digo que dou "conta do recado" sempre, mas estou buscando reverter este quadro de paralisia que às vezes assola nossos ânimos, tentando isolar fatores externos da excelência que devo buscar em meus trabalhos.

E você, Está dando conta do recado?

terça-feira, 21 de junho de 2011

O Retorno

Como vocês devem ter percebido, houve um espaço muito grande entre a última postagem e a penúltima datada de 2009.

Naquela época me pareceu interessante ter um blog técnico e ao mesmo tempo eu queria aproveitar a onda dos blogs, mas após iniciar meu intento, percebi que a grande maioria dos assuntos técnicos interessantes já eram abordados por outros blogs, incluindo blogs das referências sobre estes mesmos assuntos.

Essa observação arrefeceu muito meu ânimo para escrever posts exclusivamente técnicos e passei este tempo todo com o "blog de molho". Foi então que neste ano tive a idéia de proporcionar minha visão sobre assuntos do profissional de TI, técnicos ou não, causando ou procurando causar alguma reflexão e debates interessantes entre os leitores.

A partir daí, reativei o blog com o primeiro post do ano de 2011 e agora este atual explicando um pouco o contexto atual. Não deixarei de postar assuntos técnicos, porém eles não serão o foco principal do blog. Pretendo manter escritas periódicas sempre com intento de criar textos e discussões que sejam catalizadores de mudanças e reflexões positivas na vida profissional de cada leitor e, quem sabe, proporcionar caminhos a seguir para a melhoria da área de TI de uma forma geral.

Conto com vocês, caros leitores, para atingirmos este objetivo.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Ótimo Negócio: Aluguel de Mentes

Cenário

O mercado de trabalho de TI no Brasil é muito próspero e vem passando nos últimos anos por uma crise de necessidade por profissionais qualificados o que,
naturalmente, torna tais profissionais mais caros, assim, sendo profissionais com um salário superior à média de salários das diversas profissões, empresas
buscam alternativas para diminuir o custo de contratar e manter um profissional de TI em seus quadros.

A forma de contratação CLT, nesta situação, é muito onerosa e, mais e mais empresas, especialmente as de médio e pequeno porte, normalmente consultorias, optam por outros formatos de contratação como por exemplo o de Pessoa Jurídica ou simplesmente PJ.

As consultorias fazendo isso diminuem, e muito, o custo de manutenção do profissional, pois o profissional PJ não é um funcionário efetivo da empresa e sim
uma empresa prestadora de serviços, retirando, em partes, o vínculo com o profissional enquanto pessoa física. Além dos aspectos tributários, outros fatores contribuem para a diminuição deste custo, como ausência de 13o salário, férias remuneradas, pagamento de INSS, fundo de garantia, dentre outros.

Recentemente vem se criando uma tendência de "beneficiar" o profissional PJ com alguns dias de férias remuneradas ao ano e algum outro benefício menor.

Em contrapartida, as empresas que contratam neste formato repassam parte do "lucro" que obtiveram por não pagar os impostos do formato CLT para o profissional e este também paga menos impostos, obtendo, assim, um montante liquido mensal maior em relação ao que obteria no CLT com a vantagem ainda deste valor poder ser gerenciado da forma como o profissional PJ desejar.

O Grande Negócio

Expondo estes aspectos, aparentemente esta forma de contratação estabelece uma excelente relação ganha-ganha entre empresa e profissional.

Aparentemente...

Aparentemente, pois este vínculo é bastante frágil, uma vez que o profissional PJ, na maioria das vezes, não se sente integrante de uma equipe com
objetivos, valores e missões convergentes, ele perde a identidade com a empresa onde trabalha, pois muitas vezes, atua terceirizado e até mesmo "quarteirizado" dentro de outras empresas chamadas "clientes", mesmo assim esta relação pode durar pouco tempo já que o profissional pode ser alocado em um projeto distinto numa outra empresa "cliente".

É muito comum a forma de trabalho acima citada para quem é PJ e este formato nada mais é que o formato de aluguel, sendo a empresa contratante o "corretor", o profissional PJ o "objeto" e a empresa onde o profissional atua em última instância o "inquilino". Daí, o negócio é matemático, o "objeto" tem um custo de manutenção x (salário negociado e uns poucos "benefícios") e o "corretor" cobra do "inquilino" um valor de aluguel superior ao custo de manutenção x, estabelecendo aí o grande negócio das consultorias.

As Consequências

Acontece que no meio deste grande negócio se encontra um ser humano, o "objeto" do contrato, que realmente se sente como tal e a pergunta é: O que faz este profissional permancer numa empresa cujas relações de trabalho são configuradas conforme expostas acima?

Em alguns casos, aspectos não relacionados à consultoria e sim ao cliente final ("inquilino"), como ambiente, localização e flexibilidade de horários. Mas e se a relação entre "corretor" e "inquilino" terminar ou se desgastar, o que resta para o profissional? E se algum outro "corretor" estiver disposto a pagar um custo de manutenção maior pelo "objeto"? O que prende o "objeto" ao corretor se não houver um bom "inquilino"?

Uma das respostas a estas perguntas se dá através da observação do próprio mercado de trabalho: Alta Rotatividade !

Ela se dá não só por isso, é verdade, pois esta pode ocorrer pela ganância de profissionais menos maduros e/ou inexperientes, pela alta demanda por profissionais que pressiona os salários para cima ("custo de manutenção do objeto"), dentre outros, mas principalmente, ao meu ver, pela desumanização da relação entre empresas e profissionais.

O que fazer?

Creio que é hora das empresas reverem as relações que estabelecem na prática com seus profissionais. Principalmente as relações onde o profissional é PJ, abrindo espaços para benefícios próximos aos que o formato CLT pratica, humanizando mais as relações com ele, permitindo que ele tenha o direito de ficar doente algumas vezes no ano sem ser punido na remuneração que recebe ao final do mês, de poder descansar um período no ano sem se preocupar como irá repor os dias de descanso, de não ter que se desgastar anualmente com negociações junto ao seu contratante para que seu salário não fique menor a cada ano diante das mordidas da inflação.

O que podemos fazer? Mobilização? Divulgação? Lutar por nossos direitos? Como? Os que lerem este post, favor colocar a sua opinião, traga sua experiência à tona, traga exemplos de onde esta humanização já ocorre para que nós, profissionais de TI, tenhamos um norte, uma direção, uma esperança! Quanto mais comentários, mais pontos de vista, maiores são as chances de aproveitarmos grandes lições.

Aqui compartilhei um pouco da minha visão e aguardo que compartilhe a sua também caro leitor.